🎥 10 curiosidades incríveis sobre o filme “Cemitério Maldito” (1989) que você (provavelmente) não sabia!

Lançado em 1989, “Cemitério Maldito” é um dos filmes mais icônicos do cinema de terror, inspirado na obra do aclamado escritor Stephen King. A história gira em torno de uma família que se muda para uma casa no interior, próxima a um misterioso cemitério de animais com poderes sobrenaturais. Repleto de elementos sombrios, o filme explora temas como o luto, os limites da ciência e as consequências de desafiar as leis da natureza.

Embora seja frequentemente lembrado pelo impacto psicológico e atmosfera inquietante, “Cemitério Maldito” também é cercado por curiosidades que ajudaram a moldar sua fama. Desde bastidores intrigantes até as inspirações reais de Stephen King, o filme carrega detalhes que vão além da tela, consolidando sua posição como um clássico do gênero. Neste texto, mergulharemos em fatos surpreendentes sobre essa obra atemporal e seu legado no universo do terror.

1 – A ÚNICA OBRA QUE CONSEGUIU ASSUSTAR STEPHEN KING

A inspiração para a trama surgiu após o gato da filha do autor, Smuckey, ser atropelado em uma estrada. Em tributo ao animal, o nome Smuckey aparece em um túmulo, tanto na versão literária quanto no filme.

Stephen King faz uma aparição especial no longa, interpretando um padre na cena do funeral. Além disso, ele foi o responsável por adaptar o roteiro de seu próprio livro para o cinema, marcando a primeira vez que realizou essa tarefa.

Apesar de ser amplamente reconhecido como o mestre do terror, King revelou que apenas uma de suas obras conseguiu realmente assustá-lo: “Cemitério Maldito”.

2 – ESCOLHENDO O ELENCO

Um dos momentos mais perturbadores do filme envolve Zelda, a irmã doente de Rachel. Para causar maior sensação de desconforto, o papel foi interpretado por Andrew Hubatsek, um ator masculino.

O pequeno Miko Hughes, que deu vida ao filho Gage, tinha apenas 3 anos durante as gravações. Embora fosse comum usar gêmeos em produções com crianças tão pequenas, a diretora Mary Lambert ficou tão impressionada com o talento de Miko que insistiu para que ele fosse escalado.

Para dar vida ao gato “Church”, conhecido como o “gatinho do demo” (mas que por ironia seu nome significa “Igreja” em inglês), foram usados sete gatos da raça British Shorthair, cada um treinado para diferentes cenas.

No papel de Ellie, a filha, as gêmeas Blaze e Beau Berdahl foram escolhidas. Apesar disso, apenas Blaze foi creditada no papel, enquanto Beau foi listada nos créditos como Ellie II.

Curiosamente, Bruce Campbell, famoso por interpretar Ash na franquia “Evil Dead”, foi a primeira opção para o papel de Louis Creed, o pai de Gage.

3 – AS CRIANÇAS

Na época, houve preocupação em proteger Miko Hughes, que interpretava o pequeno Gage, das cenas mais violentas e assustadoras. Felizmente, todas essas sequências foram realizadas com truques de edição e o uso de um boneco. Hughes foi inserido digitalmente em algumas das cenas mais grotescas, mas nunca esteve presente durante as filmagens dessas partes. Por exemplo, o bisturi que Gage empunha no final do filme era completamente inofensivo.

No livro, a personagem Ellie, a filha da família, possui poderes psíquicos, semelhante a Danny em “O Iluminado”. No entanto, essa característica foi deixada de fora da adaptação cinematográfica. A diretora Mary Lambert optou por cortar esse elemento, considerando que não se encaixava bem na narrativa do filme.

4 – O CAMINHÃO QUE ATROPELOU GAGE FOI ABANDONADO

Uma das cenas mais emocionantes e trágicas do filme é quando um caminhão atropela e mata o pequeno Gage. Esse caminhão, um Peterbilt 378 vermelho, foi especialmente customizado para o filme.

Em 2019, ele foi encontrado estacionado e abandonado na entrada da Murray Laplant & Sons Inc., uma madeireira localizada em Princeton, no Maine. A empresa cogitou a ideia de vender o veículo, mas decidiu deixá-lo no local onde estava.

O caminhão foi utilizado principalmente para o transporte de madeira para uma indústria de beneficiamento da região e permanece lá até hoje.

5 – REFERÊNCIAS ÀS OUTRAS OBRAS DE STEPHEN KING

No roteiro original de Stephen King, foi incluído um elemento presente no livro: a aparição de um Wendigo, um demônio da mitologia nativa americana. No entanto, essa ideia foi descartada na versão final do filme. Apesar disso, em duas cenas onde os personagens atravessam a floresta rumo ao cemitério durante a noite, é possível ouvir sons estranhos, como gritos e uivos, que remetem a essa criatura.

O personagem Judd, o vizinho, menciona que em uma cidade próxima um cão enlouqueceu e causou mortes. Trata-se de uma alusão a “Cujo”, outro livro de King que foi adaptado para o cinema em 1983, estrelado pela atriz Dee Wallace. Além das referências a “Cujo” e “O Iluminado”, o livro também menciona “Os Vampiros de Salem”. Essa citação aparece quando Rachel passa por uma placa indicando “Salem’s Lot”, outro título icônico de King.

6 – O FILME FOI DIRIGIDO POR UMA MULHER

Este foi o segundo trabalho de Mary Lambert como diretora de cinema, após dirigir videoclipes icônicos de Madonna, incluindo “Material Girl” (1985) e “Like a Prayer” (1989). Lambert também dirigiu a sequência “Cemitério Maldito 2” (1992), que, no entanto, não alcançou o mesmo sucesso do original.

Antes de Lambert assumir o projeto, a direção foi oferecida a Tom Savini, especialista em efeitos práticos no gênero terror. Savini recusou a proposta, mas um ano depois, dirigiu o remake de “A Noite dos Mortos-Vivos” (1990).

Quando Lambert apresentou o corte final de Cemitério Maldito à Paramount, os executivos consideraram o filme longo demais, levando à necessidade de uma reedição. Além disso, o final original foi considerado “muito triste e emotivo”, o que resultou na filmagem de um novo desfecho mais gráfico (o filme era ainda mais triste na primeira versão?).

Curiosamente, o diretor original planejado para o projeto era George Romero, criador de “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968). No entanto, atrasos no cronograma fizeram com que Romero deixasse o filme, abrindo caminho para Lambert.

7 – PARCERIA COM OS RAMONES

Stephen King, um fã declarado da banda de punk rock dos anos 1970, Ramones, incluiu várias referências às músicas deles no livro “Cemitério Maldito”. Em uma retribuição especial, a banda gravou a música tema do filme, que recebeu o mesmo nome e acabou se tornando tão popular, ou até mais, que o próprio longa-metragem. Além disso, no filme, o caminhoneiro responsável pelo acidente central da trama está ouvindo a canção “Sheena is a Punk Rocker”, também dos Ramones.

Essa colaboração foi possível graças à diretora Mary Lambert, que já tinha experiência na indústria musical, incluindo a direção de videoclipes de Madonna. Lambert conhecia os Ramones e, sabendo da admiração de King pela banda, os convidou para compor a trilha sonora do filme, resultando em uma parceria que marcou tanto o cinema quanto a música.

8 – O FILME TINHA QUE SER RODADO EM MAINE

Ao negociar os direitos do livro para o cinema, Stephen King fez algumas exigências, incluindo a escolha da locação. Ele estipulou que as filmagens deveriam acontecer no estado do Maine. King se envolveu bastante no processo, já que vivia a apenas 20 minutos do local das gravações.

A casa da família Creed, por exemplo, está localizada perto da cidade de Hancock, enquanto a base de operações da produção foi montada em Ellsworth. O interior da residência dos Creed foi recriado em um estúdio nessa mesma cidade. O cemitério Micmac, por sua vez, foi filmado em uma antiga pedreira de granito abandonada. Diversas cenas também foram gravadas em Bangor, onde Stephen King reside.

9 – O FINAL SERIA MENOS EXPLÍCITO

O desfecho original era mais introspectivo e deixava margem para interpretações. Nesse final, Rachel, já ressuscitada, entraria na cozinha enquanto Louis jogava Paciência à mesa, encerrando a cena nesse ponto. Para a diretora, esse seria o encerramento perfeito, já que o público já tinha ideia do que aconteceria em seguida. No entanto, o estúdio optou por refilmar o final, tornando-o mais explícito.

Com isso, a atriz Denise Crosby, que interpretava Rachel, passou pelo processo de maquiagem para receber próteses faciais que criassem um visual mais impactante e violento. Embora a cena em que Louis (Dale Midkiff) é morto não seja mostrada, os gritos deixam claro que algo terrível aconteceu.

10 – ORÇAMENTO E BILHETERIA

Com um orçamento salgado para um terror dos anos 80, o filme gastou US$11,5 milhões e fez um grande sucesso, com uma bilheteria de mais de US$57 milhões.

CONCLUSÃO

“Cemitério Maldito” é um clássico do terror que permanece icônico por sua atmosfera sombria e enredo perturbador. Baseado na obra de Stephen King, o filme explora os limites do luto e as consequências aterrorizantes de desafiar as leis naturais. Sua trilha sonora marcante, performances intensas e a direção habilidosa de Mary Lambert criaram uma experiência cinematográfica inesquecível.

Além disso, o uso de efeitos práticos e a interpretação do jovem Miko Hughes como Gage Creed contribuíram para cenas que se tornaram memoráveis no gênero. Mesmo décadas após seu lançamento, “Cemitério Maldito” continua a impactar o público e a inspirar debates sobre as escolhas humanas e os horrores da perda.

Com seu legado assegurado, o filme é um lembrete de que certas fronteiras não devem ser cruzadas, reafirmando a genialidade de Stephen King ao unir terror psicológico e sobrenatural em um só universo.

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