🎥 7 curiosidades incríveis sobre o filme “Dunkirk” (2010) que você (provavelmente) não sabia!

“Dunkirk”, dirigido por Christopher Nolan, é um dos filmes mais aclamados da década de 2010, que se destaca não apenas pela sua abordagem cinematográfica inovadora, mas também pela forma visceral com que retrata um dos eventos mais dramáticos da Segunda Guerra Mundial.

Lançado em 2017, o filme conta a história da evacuação das forças aliadas de Dunkirk, na França, em 1940, em meio a uma intensa ofensiva alemã. Com uma narrativa não linear, em que os eventos são mostrados em três perspectivas distintas – terra, mar e ar –, Nolan cria uma experiência imersiva que coloca o público diretamente no centro do caos.

A produção é marcada por uma incrível atenção aos detalhes, incluindo o uso de filmagens IMAX e efeitos práticos, além da participação de atores renomados como Tom Hardy e Harry Styles. Neste texto, exploraremos algumas curiosidades fascinantes sobre a produção e o impacto cultural de “Dunkirk”.

1 – TERRA, AR E MAR

O filme apresenta uma narrativa inovadora ao contar a história da evacuação de Dunkirk através de três perspectivas distintas: terra, ar e mar. Cada linha narrativa possui seu próprio ritmo temporal, mas se entrelaçam de forma magistral, criando uma experiência cinematográfica única.

Na terra, a história acompanha soldados aliados presos na praia de Dunkirk, cercados pelo exército alemão. Esta linha narrativa abrange uma semana, destacando a luta constante dos soldados para sobreviver sob bombardeios incessantes enquanto aguardam o resgate. A perspectiva terrestre é marcada por tensão crescente e uma sensação de desespero.

No ar, a narrativa acompanha pilotos da Força Aérea Real Britânica em um combate aéreo contra os aviões alemães. O tempo nesse segmento é condensado em apenas uma hora, destacando a bravura e os sacrifícios feitos para proteger os soldados no solo e as embarcações de resgate. A filmagem aérea é imersiva e intensamente realista.

No mar, a trama segue um dia na vida de civis que usaram pequenos barcos para atravessar o Canal da Mancha e resgatar os soldados. Este segmento enfatiza a solidariedade e o heroísmo civil, mostrando a força de uma nação unida em tempos de crise.

A interseção dessas histórias cria uma experiência emocional e visualmente deslumbrante.

2 – CIVIS SALVANDO OS SOLDADOS

Uma das histórias paralelas do filme segue a jornada do Sr. Dawson, seu filho e um amigo, que partem da Inglaterra rumo à França de barco com o objetivo de resgatar o maior número possível de soldados aliados. Esse episódio é baseado em acontecimentos reais da Segunda Guerra.

Em maio de 1940, o governo britânico enfrentava a necessidade urgente de barcos menores para transportar suas tropas até águas mais profundas, onde seriam recebidos por embarcações maiores. Em resposta, o Almirantado britânico fez um apelo na BBC, pedindo aos proprietários de barcos específicos que colocassem suas embarcações à disposição da marinha.

Como retratado no início do filme, muitos civis não apenas confiaram seus barcos aos soldados, mas também se voluntariaram pessoalmente para a missão de resgatá-los. Como resultado, cerca de 700 embarcações privadas, que ficaram conhecidas como “os barquinhos de Dunquerque”, viajaram até a França para auxiliar na evacuação.

3 – BARCOS REAIS

A produção envolveu mais de 6.000 figurantes e equipamentos autênticos da Segunda Guerra Mundial. Muitos dos navios usados eram os mesmos da evacuação original em 1940. Um dos barcos, “The Moonstone”, realmente participou da operação.

4 – OS PANFLETOS DOS ALEMÃES

Nas primeiras cenas do filme, vemos soldados britânicos andando pelas ruas de Dunquerque, enquanto centenas de panfletos caem do céu. As mensagens neles estampadas dizem: “Nós te cercamos. Rendam-se e sobrevivam”. Este momento é baseado em um fato real. O exército alemão realmente lançou milhares de panfletos para as tropas inimigas, com mensagens que buscavam persuadir os soldados a desistirem do conflito, sugerindo que a rendição seria a melhor opção para sua sobrevivência.

Muitos desses panfletos incluíam mapas detalhados com a localização das forças nazistas na região. No entanto, ao contrário do que é mostrado no filme de Nolan, os panfletos originais não eram coloridos, mas sim em preto e branco.

5 – UM ERRO DE HITLER?

Inicialmente, a missão parecia impossível, especialmente porque até o próprio primeiro-ministro Winston Churchill acreditava que seria possível resgatar apenas 45 mil de seus homens. No entanto, com o auxílio de embarcações civis e o suporte da Força Aérea Real, a operação tornou-se um dos episódios mais celebrados da Segunda Guerra Mundial, salvando mais de 340.000 soldados.

Além de sua importância histórica, o evento também é envolto em mistério. Isso porque Adolf Hitler optou por interromper o avanço das tropas nazistas e de seus tanques, que tinham como destino Dunquerque. Essa decisão poderia dar-lhe uma vantagem em relação aos Aliados.

No entanto, o motivo dessa mudança de estratégia ainda é tema de debates entre historiadores. Alguns acreditam que a manobra tinha como objetivo abrir caminho para negociações de paz, enquanto outros defendem que a mudança de foco para Paris já estava planejada anteriormente pelos alemães.

O que é inegável, contudo, é que, apesar de ser um sinal de derrota, o recuo no front levou Churchill a fazer uma famosa declaração no parlamento britânico: “Guerras não são vencidas com evacuações”. Mesmo assim, o êxito da operação se tornou uma fonte de orgulho para o Reino Unido e um grande incentivo para suas tropas.

6 – SIMBÓLICO

Uma das cenas mais comoventes do filme é quando alguns soldados em Dunquerque observam um homem caminhar em direção ao oceano, até desaparecer entre as ondas.

O que inicialmente parecia ser apenas mais uma tentativa desesperada de retornar para casa se transforma em um dos suicídios mais simbólicos daquele conflito. A veracidade desse episódio é confirmada por Joshua Levine em seu livro “Dunkirk: A História Real por trás do Filme”.

7 – “NUNCA NOS RENDEMOS”

No final do filme, após serem resgatados, vários soldados estão a bordo de trens que os levariam para longe da França. Apesar do alívio por estarem vivos, muitos sentem vergonha por abandonar o campo de batalha e, principalmente, por deixar sua terra sob o domínio nazista.

Em um jornal, um dos soldados lê uma declaração de Churchill: “Lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos com espírito de confiança e força crescentes; defenderemos nossa ilha, não importa a que custo; lutaremos nas praias, lutaremos nas cabeças de praia, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; nós nunca nos renderemos”.

Essa citação foi, de fato, proferida pelo primeiro-ministro britânico e foi destaque na capa do Daily Mirror de 5 de junho, com a manchete “Nunca nos rendemos”. Ao chegarem, são recebidos com aplausos pela população, em uma das sequências mais emocionantes e simbólicas do filme.

Um dos militares pergunta a um humilde comerciante: “Mas o que fizemos? Apenas sobrevivemos”. A resposta vem sem hesitação: “É o suficiente”. De arrepiar. Em meio à insanidade da guerra, o simples ato de sobreviver já é uma grande conquista, uma vitória de enorme significado.

CONCLUSÃO

“Dunkirk” é uma obra cinematográfica que transcende o tradicional gênero de guerra, destacando-se por sua abordagem inovadora e profundamente imersiva. Ao explorar a evacuação de Dunkirk sob três perspectivas distintas — terra, ar e mar —, o filme oferece uma visão multifacetada de um evento crucial da Segunda Guerra Mundial.

Cada detalhe da produção, desde a escolha de locações reais até o uso limitado de CGI, demonstra o compromisso de Christopher Nolan com a autenticidade e a intensidade emocional. Além disso, a ausência de diálogos extensos, a trilha sonora inquietante de Hans Zimmer e a edição magistral criam uma experiência que vai além da tela, prendendo o espectador do início ao fim.

“Dunkirk” não é apenas uma celebração do heroísmo e da resiliência, mas também uma lembrança poderosa do custo humano da guerra. Sua aclamação crítica e prêmios recebidos solidificam seu lugar como um marco no cinema moderno.

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